terça-feira, 23 de março de 2010

ARTE pela arte.




Os Gêmeos estão com a exposição Vertigem montada no CCBB até o dia 16 de abril.


Os irmãos grafiteiros Otávio e Gustavo Pandolfo nasceram em 1974 em São Paulo. Começaram a grafitar os muros do próprio bairro e em 2008, já estavam pintando a fachada do Tate Modern, de Londres. O trabalho dessa dupla é super criativo, bem onírico e poético. No meio daquelas estalações e cores vivas, você se sente uma criança de novo... Eles também gostam de deixar uns intrumentos para que as pessoas 'brinquem' de tocar, e assim, entrem em sintonia com o lugar. Em seus grafites, os irmãos retratam a realidade das famílias brasileiras assim como o folclore nacional. É isso aí, não deixem de conferir...






Acho que a arte está aí porque a realidade não nos basta.


A tendência realista do século 19 surgiu depois que a concepção científica do mundo foi ganhando espaço e substituindo as explicações religiosas. Os impressionistas, que vieram em seguida, admitiam que a natureza servia de molde para suas pinturas, mas ao invés de copiá-la, preferiam transformá-la, fazendo a realidade do mundo se dissolver em luz e cores vibrantes. Ao desintegrar as formas, Cezánne foi abrindo caminho para o cubismo, que aflorou em seguida. A ideia era reinventar o real. A tela branca passou a ser o ponto de partida; em direção à criação... O artista adentrava um mundo de mil possibilidades, o caminho era inverso, da ideia à concretização. A partir daí, pipocaram vários estilos artísticos, como o dadaísmo, o suprematismo e o neoplasticismo. Com o tempo, o quadro foi sendo substituído pelo espaço físico. Isso continua até hoje, na arte contemporânea. A matéria da arte não é mais o espaço imaginário do quadro, mas a realidade em si. Muitas pessoas tendem a rejeitar a arte como pura expressão estética, afinal é pura mentira.




"A Arte não é a verdade. A Arte é uma mentira que nos ensina a compreender a verdade". (Pablo Picasso)




A pura exposição de fenômenos reais, já existentes, nos limitariam a experiências do mundo material. A capacidade humana extrapola isso. Os símbolos, e todo seu campo semântico, podem criar um universo imaginário.




Beejones




música de hoy: The Sound of Silence- Simon and Garfunkel








2 comentários:

  1. eu conheci uma personalidade interessante que tava dizendo: A diferença do louco para o artista é que o artista consegue fugir e voltar para a realidade. o louco não consegue voltar.
    lembrou teu post (:

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  2. a arte está aí porque a realidade não nos basta! e a gente fica andando por aí feito astronauta às vezes...viva a arte e viva a loucura!
    Gostei desse espaço Júlia, espero encontrar mais de você por aqui. muitos beijos, muitos abraços.

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